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Projeto já foi apresentado na capital pernambucana durante o REC’n’Play


Por: Danielle Santana (Folha de Pernambuco)

Fonte: CESAR/Divulgação


Considerado o maior festival de inovação e tecnologia do mundo, o SXSW de 2025 premiou o CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) por uma iniciativa inovadora que busca promover a acessibilidade.


Desenvolvido em conjunto com o Grupo Boticário, a Neurobots e a Embrapii, o projeto do Batom Inteligente disputou com outros 55 concorrentes internacionais e foi o único premiado da América Latina.


Vencedor da categoria de júri popular com o People’s Choice Award, o protótipo do Batom Inteligente recebeu o prêmio de “Oscar da Inovação”. A categoria reconhece iniciativas que contribuem em áreas como Inteligência Artificial, Saúde & Biotecnologia e Empoderamento Comunitário.



Longo período de estudo

O projeto, que contou com um total de sete anos de desenvolvimento, reúne tecnologias avançadas como inteligência artificial e visão computacional.


Juntas, elas permitem que pessoas com deficiência ou limitações motoras nos membros superiores utilizem o item de maquiagem de forma autônoma, com precisão e sem depender da ajuda de terceiros.


Para chegar até a versão atual do batom inteligente - que já foi apresentada no Recife durante o REC’n’Play - o trabalho de desenvolvimento foi realizado por um total de 42 profissionais.


A equipe foi composta por engenheiros, designers de produtos, especialistas em UX e especialistas em diversidade.


Primeiro batom inteligente do mundo, o dispositivo pode ser acionado apenas com um botão. Depois de ser ligado, o sistema de ponta fotografa o rosto do usuário e realiza um mapeamento preciso dos lábios. Por fim, é aplicado o batom e uma captura de foto é realizada para a verificação da aplicação.


Apesar das diferentes etapas para serem cumpridas, o processo dura apenas dois minutos e possibilita uma maior autonomia para quem tem limitações motoras, já que dispensa o auxílio de outras pessoas durante a maquiagem.


Reconhecimento

Para o CEO do Cesar, Eduardo Peixoto, a premiação conquistada pelo projeto durante o SXSW de 2025 posiciona o Brasil como uma potência em inovações que impactam positivamente a vida das pessoas.


“A projeção conferida pelo prêmio evidencia o quanto nós, brasileiros, temos um olhar para resolver problemas relevantes para a sociedade. Nosso objetivo sempre foi trazer inovação de ponta para nossos parceiros e contribuir significativamente para aprimorar e inovar em produtos e serviços, por meio da tecnologia. Unir esse propósito à causa da inclusão nos dá ainda mais orgulho”, ressalta.


Para o representante do Grupo Boticário, Gustavo Dieamant, o dispositivo também é capaz de alinhar beleza e inclusão, permitindo assim uma solução que vai além da mera funcionalidade.


“Nossa nova tecnologia Batom Inteligente representa uma mudança de paradigma na forma como abordamos a beleza e a inclusão. É uma tecnologia que não apenas aplica maquiagem de forma impecável, mas também capacita pessoas com deficiências, sejam motoras ou visuais, a experimentar a alegria e a confiança que vem com a aplicação e o uso de batom de forma independente”, afirma Gustavo Dieamant, Diretor Executivo de P&D do Grupo Boticário.


 
 
 

O curso on-line “UBS Acessível e Inclusiva” tem objetivo de capacitar médicos do Programa Médicos pelo Brasil para atenderem pessoas com deficiência


Fonte: Gabriela Cardoso/Secom UnB

Foto: Gabriela Cardoso/Secom UnB



Curso UBS Acessível e Inclusiva é ministrado para cerca de três mil profissionais do SUS para aprimorar o atendimento a pessoas com deficiência. Em ação inédita, a Universidade de Brasília, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), lançou o curso on-line UBS Acessível e Inclusiva para capacitação de cerca de três mil médicos bolsistas da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS). O objetivo é promover um acesso humanizado e de qualidade às pessoas com deficiências (PCDs) em Unidades Básicas de Saúde (UBS).

 

O lançamento do curso foi realizado em transmissão no YouTube, em 17 de fevereiro. Representando a reitora Rozana Naves, a decana de Extensão da UnB, Janaína Soares, afirmou: “É uma honra a Universidade trabalhar por uma vida mais simétrica, com mais justiça e com uma sociedade que consiga ver todos os cidadãos como pessoas com todas as suas potencialidades”.

 

A UnB trabalhou no desenvolvimento do curso por meio da ação de extensão Observatório Deficiência, vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública (Nesp/Ceam/UnB), que estuda temáticas acerca de PCDs. 

 

De acordo com dados do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa), cinco discentes da UnB estão cadastrados na ação de extensão. “São pesquisadores desde o nível da iniciação científica, do ensino médio, até professores, pesquisadores e colaboradores”, afirmou Éverton Pereira (DSC/UnB), professor que lidera o observatório e coordenador do curso UBS Acessível e Inclusiva. 

 

Pereira ressaltou a relevância do curso: “A importância é sensibilizar os profissionais. Muito mais do que capacitar. Trata-se de sensibilizar, principalmente os médicos que atuam na atenção primária à saúde, a acolher as pessoas com deficiência na atenção básica”.

 

O curso UBS Acessível e Inclusiva integra o atual currículo para os médicos bolsistas da AgSUS, que fazem parte do Programa Médicos pelo Brasil, realizado pelo Governo Federal. O curso é ministrado por três professores: Éverton Pereira, da UnB; Érico Amorim, professor de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); e Marineia Resende, professora aposentada do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

 

COMO FUNCIONA? – Assíncrono, o curso de extensão tem carga horária de 30h. Conta com videoaulas, bibliografia complementar, exercícios e 30 tutores. As aulas começaram em 24 de fevereiro. Dividido em módulos semanais, terminará na data provável de 6 de abril.

 

O primeiro módulo se refere a conceitos básicos e legislação brasileiros para PCDs e o segundo retrata os desafios da atenção à PCD na Atenção Primária à Saúde (APS). O terceiro explica como construir um projeto de intervenção acerca da deficiência e saúde; o quatro aborda intersetorialidade, interprofissionalidade, deficiência e APS; o quinto é exercício prático no território e o sexto se trata da avaliação do projeto de intervenção realizado. 

 

Com projetos de intervenção em quase três mil UBSs, a ideia é transformar e melhorar o acesso e a qualidade do atendimento das pessoas com deficiência nessas unidades. “E também auxiliar na formação desses profissionais médicos na temática da deficiência, pois temos visto como é precária”, ressalta Pereira.

 

Além do observatório, a Federação Nacional das Apaes (associações de pais e amigos de pessoas com deficiência) auxiliou o desenvolvimento do curso com as edições dos vídeos e recursos de acessibilidade, como Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legendas. 

 

FUTURO – A partir de retornos avaliativos dos participantes, a pretensão é aprimorar o material, produzir conhecimento científico a respeito da temática, em formato de projeto de pesquisa, e ofertar o curso novamente.

 
 
 

Nascimento do tão sonhado Matteo Lucca foi o dia em que a acessibilidade venceu na vida dos dois


Fonte: Campo Grande News (Natália Oliver)


O que para muitos é um dia especial, para o casal Matheus Santos Moreno, de 30 anos, e Stella Mares Gomes Ramos, de 28, foi ainda mais significativo. O nascimento do tão sonhado filho, Matteo Lucca, marcou o dia em que a acessibilidade venceu na vida dos dois. Surdos, eles contaram com a tradução feita por uma intérprete da língua de sinais para entender o que os médicos estavam dizendo e fazendo durante o procedimento.


O casal morava em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, mas decidiu retornar para o estado onde Matheus nasceu para ter o bebê. Aqui, uma lei instituída em 2020 garante à gestante surda o direito a uma intérprete, tanto no pré-natal quanto no parto e no pós-parto. No entanto, esse recurso ainda é desconhecido por muitos. A responsável por tornar o momento tão simbólico foi Danielle Rezende, tradutora, professora e advogada especialista em Libras e direitos humanos.


“A minha esposa sempre quis, o sonho dela era ser mãe. Ela me deu um presente, e a luz de Deus dobrou, abençoando a família. Eu e minha esposa tivemos muitas dificuldades vivendo no Rio, não havia intérpretes de Libras na maioria dos lugares. Moramos lá por mais ou menos seis ou sete meses. Os médicos daqui da maternidade também tinham pouca acessibilidade e intérprete de Libras, porque não sabiam como se comunicar com minha esposa. Não entendíamos claramente o que eles diziam e pedimos ajuda à Danielle, que foi minha professora.”


Ele comenta que muitas vezes não há empatia por parte das pessoas ouvintes em relação às dificuldades enfrentadas pelos surdos e que sua esposa ficou imensamente feliz ao contar com a ajuda da intérprete.


“Ela faz muito bem para a gente, conheceu meu filho e, no primeiro dia, pegou ele no colo. Ficou feliz demais. Eu me senti tão feliz começando a construir minha família. Ela trouxe uma energia positiva. Estou muito feliz.”. Danielle explica que para solicitar o serviço, de maneira gratuita, é preciso entrar em contato com o setor de atendimento social dos hospitais. São eles que contatam os profissionais responsáveis por tornar momentos omo esse acessíveis aos surdos.


Danielle explica que para solicitar o serviço, de maneira gratuita, é preciso entrar em contato com o setor de atendimento social dos hospitais. São eles que contatam os profissionais responsáveis por tornar momentos como esse acessíveis aos surdos.


Matteo não é o primeiro bebê que a advogada vê nascer dessa forma, sendo a intérprete. Ela conta que tem alguns nascimentos "na conta".


“Faço o acompanhamento de algumas audiências com pessoas surdas. Realizei esse atendimento ali que pode ser jurídico porque estava ali também para fazer valer os direitos desse pai, mãe e dessa criança. A gente consegue fazer essa junção. Foi muito gratificante fazer isso para uma pessoa que eu conhecia, ver o filho dele nascer e fazer a tradução desse momento é muito gratificante”.


Ela pontua que foi professora do Matheus ainda no ensino médio e que ficou feliz com o pedido dele. A lei é razoavelmente nova, por isso muitos surdos ainda não sabem que existe essa possibilidade.


“Vejo uma obrigação fazer acontecer os direitos da comunidade, que por diversas vezes eles nem conhecem os próprios direitos. Em toda minha trajetória de tradutora, a gente vê diversos momentos em que os direitos deles são desrespeitados. Como uma tentativa de minimizar isso, decidi advogar pela comunidade, para diminuir essas barreiras linguísticas”.


Danielle se formou em 2013 e se especializou em língua de sinais. Dez anos depois, se formou novamente em direito. A junção dos dois foi um misto de oportunidades de falar pelos que “não tem voz”.


“Muitos falam que o surdo tem que saber escrever e conversar de forma escrita e isso é muito desumano, de que a pessoa surda precisa saber escrever perfeitamente. A gente tem que entender que a nossa língua materna é a portuguesa, mas a de pessoas surdas é a língua de sinais. Então, se eu quero ter meus direitos atendidos na minha língua, por que eu vou tirar o direito da pessoa surda? É um momento que ela quer entender o que está acontecendo, que medicamento vai ser usado, quais ações vão acontecer, como vai cuidar do bebê”.


Ela ressalta que Stella é mãe de primeira viagem e toda orientação foi necessária e bem-vinda, como os cuidados com o bebê recém-nascido.

 
 
 

Observatório Deficiência
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