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Por Diretoria de Comunicação da UERJ


Para a pró-reitora de Políticas e Assistência Estudantis, Catia Antonia da Silva, a mudança é um avanço na relação entre os alunos e a Uerj: “A nova sala tem uma estrutura física mais adequada para receber nossos estudantes. Era é uma demanda antiga da Universidade, e é fundamental haver esse atendimento”.


A diretora do Daspb, Rachel Alonso, avalia que incorporação do Rompendo Barreiras foi um ganho. “É um programa muito importante. Ele se soma, pois a nossa proposta é justamente oferecer apoio aos alunos que não se sentem acolhidos no ambiente universitário. São duas frentes que se complementam muito bem”, resume.


“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”, diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 75 anos neste 10 de dezembro. Uma iniciativa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) tem se empenhado em garantir que a igualdade alcance os estudantes com deficiência. Criado há 35 anos pela professora Maria da Glória Schaper, da Faculdade de Educação (EDU), o “Rompendo Barreiras” oferece suporte físico e digital, além de apoio à saúde mental aos alunos que necessitam de caminhos pedagógicos adaptados.


Em atividade desde 5 de abril de 1988, o projeto teve reforços em 2023: passou por uma reestruturação administrativa, recebeu o comando de um grupo de trabalho para práticas de acessibilidade e ganhou um novo espaço multimídia, localizado no campus Maracanã. “Vamos receber pedagogos, psicólogos, intérprete e técnicos. Desde que nos tornamos uma coordenadoria, avançamos mais”, declara Valeria de Oliveira, pedagoga, membro do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comdef-Rio) e coordenadora-geral do Rompendo Barreiras.


Nova sala e equipamentos


Os serviços que eram oferecidos na estrutura da EDU foram englobados pelo Departamento de Acolhida, Saúde Psicossocial e Bem-estar (Daspb) da Pró-reitoria de Políticas e Assistência Estudantis (PR4). Em agosto, a coordenadoria ganhou um novo espaço no 10º andar do bloco F. “A inauguração da nossa sala representou uma vitória, que veio com muita luta”, relata Valeria. O local dispõe de computadores equipados com aplicativos e ferramentas de acessibilidade que permitem adequar a experiência de estudo.


Valeria de Oliveira demonstra uso da lupa eletrônica

Os recursos proporcionam suporte para pessoas com deficiência auditiva, visual, sensorial e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Materiais impressos, por exemplo, podem ser ampliados por uma lupa eletrônica que, ao deslizar sobre o papel, leva o conteúdo a um monitor. O local também disponibiliza livros em braile, como “Iracema”, de José de Alencar, volumes temáticos de culinária e mitologia brasileira, a autobiografia de Malala Yousafzai e clássicos da literatura infantojuvenil, como “Cinderela”.


Mudanças ao longo do tempo


A história do Rompendo Barreiras foi vanguardista na defesa do acesso, inclusão e permanência das pessoas com deficiência e neurodivergentes na Universidade. A iniciativa começou no mesmo ano da promulgação da Constituição Federal, documento maior do Estado Brasileiro a resguardar e instituir direitos civis e sociais. Foi um esforço pioneiro, ao antecipar a implementação de políticas públicas para essa parcela da sociedade.


Além de Maria da Glória, lembrada carinhosamente por todos como Glorinha, as professoras Aída Regina Monteiro de Assunção, Eneida Simões da Fonseca e Cátia Walter estiveram à frente do programa, enfrentando com dedicação as limitações e desafios para oferecer os serviços.


Valeria de Oliveira conta que, quando assumiu a coordenação, em 2013, o único projeto ativo era a Audioteca, que adaptava conteúdos acadêmicos gravados em áudio para alunos surdos ou com limitações motoras para a escrita. Como só havia um bolsista, a execução de ideias era restrita. A aquisição de recursos também interferia nas atividades, que, apesar disso, não foram interrompidas.

“O papel que alimenta a impressora em braile, por exemplo, não é o mesmo em que escrevemos. É uma gramatura diferente e, por isso, ele é mais caro. Mas é importante destacar que em momento algum deixamos de atender aos estudantes, fosse em salas vagas ou de forma remota. Nós não paramos”, afirma.


Em 2023, o Rompendo Barreiras passou também a comandar a comissão institucional de acessibilidade da Universidade. A iniciativa envolve diversos setores da Uerj, incluindo representantes das pró-reitorias, Faculdade de Direito, Prefeitura dos Campi, Superintendência de Gestão de Pessoas (SGP), Procuradoria-Geral, Corregedoria-Geral, Rede Sirius, Diretoria-Geral de Tecnologia da Informação (DGTI) e Diretoria de Comunicação Social (Comuns). O objetivo do grupo de trabalho é propor ações voltadas à inclusão, assim como meios de implementação.


Sexto encontro


Outro momento importante neste ano foi a realização do VI Rompendo Barreiras, no primeiro semestre. O encontro reuniu convidados e integrantes da comunidade acadêmica para debater o tema “Políticas institucionais para as pessoas com deficiência e as neuroatípicas na universidade”.


Segundo a coordenadora, desde sua criação, o programa acompanhou a jornada acadêmica de aproximadamente uma centena de pessoas. A estudante de Psicologia Bianca Louven, que tem deficiência visual, é uma das pessoas atendidas atualmente. “São diversas barreiras, tanto dentro dos muros quanto do lado de fora, além de preconceito e discriminação. A maior barreira está nos que se negam a pensar uma universidade anticapacitista, que possa ser habitada por diferentes pessoas com deficiência, exercitando sua autonomia”, frisou em debate durante o evento.


Valeria concorda que as principais mudanças precisam ocorrer no modo como a sociedade enxerga as pessoas com deficiência e lida com questões cotidianas. “Se a pessoa está sentada na cadeira errada, você não pede para o acompanhante dela colocá-la em outro lugar. Ela não é um objeto. Em conversas com pessoas surdas com intérprete, você olha nos olhos da pessoa, direcionando sua fala mesmo que ela não te entenda”, resume.


Como ser atendido


O grupo de acolhimento “Chega Mais, Uerj”, do Daspb, recebe estudantes de graduação e pós-graduação na sala 2.013 do bloco E, campus Maracanã, e encaminha para o Rompendo Barreiras, caso identifique a necessidade de atendimento. O último encontro do ano está marcado para o dia 13 de dezembro, às 15h30. Não há necessidade de agendamento prévio.




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Atualizado: 11 de dez. de 2023

Entre pessoas com deficiência, agressões físicas, psicológicas e sexuais são as violências mais frequentes


Por Guilherme Gama / CNN Brasil




Em 2021, 12.202 casos de violência contra pessoas com deficiência foram registrados, de acordo com os dados do Atlas da Violência de 2023, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta terça-feira (5).

A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, nesse grupo, mulheres são as mais agredidas, assim como as pessoas com transtorno mental.


A taxa de notificação por violência é de 45,0 em pessoas com deficiência intelectual em mulheres, contra 16,2 entre homens. A discrepância pode ser explicada pela maior probabilidade de notificação de violência sexual.

A pesquisa ainda reforça que um em cada três pessoas com deficiência intelectual sofre abuso sexual na idade adulta.

Entre 10 a 19 anos, o número de notificações de violência extrafamiliar ou comunitária contra meninas e mulheres com deficiência (558) é mais que o triplo do número de notificações de casos contra meninos e homens (204).


Violência sexual em mulheres e abandono entre idosos


A violência de natureza sexual se destaca entre crianças e jovens – é a mais frequente na faixa de 0 a 9 anos (34,4%) e entre 10 e 19 anos (44,8%), entre as pessoas com alguma deficiência.

A partir dos 60 anos, a negligência e o abandono são a forma de violência mais frequente nas notificações, com percentuais crescentes à medida que a idade avança: 41,8% na faixa etária de 60 a 69 anos, 60,9% de 70 a 79 anos, e 66,7% entre aqueles com 80 anos ou mais.





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Termo é usado para nomear o preconceito e a discriminação sofrido por pessoas com deficiência


Por Natália Olliver e Idaicy Solano/ CAMPO GRANDE NEWS

Caderno de redação do Vestibular da Uems, aplicado neste domingo (Foto: Juliano Almeida) - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

O papel do esporte na construção de uma sociedade não capacitista foi tema da redação da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), neste domingo (26). O termo é usado para nomear o preconceito e a discriminação que a pessoas com deficiência vivem por ter a existência relacionada à incapacidade e inferioridade.


O tema pegou os vestibulandos de surpresa, pois muitos acreditavam que a prova abordaria questões de conflito, como as guerras no Oriente Médio e Rússia e as queimadas no Brasil. Felipe Nakazaki foi um dos poucos que achou a temática boa. O jovem quer cursar fisioterapia e sempre amou o esporte.


Felipe Nakazaki, estudante quer cursar medicina (Foto: Felipe Nakazaki) - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

“Não é um tema muito falado. O capacitismo é um problema bem evidente. Eu gosto muito de esporte, por isso quero fazer fisioterapia”. Ele conta que estava familiarizado com o assunto e que usou a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) como exemplo na redação. “Usei a Fundesporte, que incentiva muito, jovens, idosos e os deficientes físicos”.


De modo geral, Felipe relata que a prova estava fácil, mas  que, como todo exame, também tinha questões mais complexas.


Juan Sanchez, 17 anos, quer cursar medicina, ele faz parte do grupo que foi pego de pelo tema.”Estava achando que seria meio ambiente, guerras. Mas não foi difícil. A pessoa que todo dia estuda acredito que não tenha tido dificuldade. Foi um tema bom e é recorrente. O Brasil ficou entre os três melhores da copa do mundo paraolímpica de futebol esse ano, mas não recebeu tanto crédito por ser de deficiente”. EWS


Juan Sanchez, achou o tema fácil, mas foi surpreendido com o conteúdo (Foto: Juliano Almeida) - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Segundo Juan, os esportistas não têm o reconhecimento merecido na área. Ele acrescenta que o nível de dificuldade da prova estava médio. “Não é uma prova fácil. A expectativa era que fosse até mais complicada, vou com uma boa nota”.


Já o estudante Carlos Augusto Silva, 18 anos, que também deseja ingressar no curso de medicina achou o tema difícil.


“Achei que seriam queimadas o tema, tá acontecendo muito. Foi um tema difícil, não sabia muita coisa, mas li o texto de apoio e me ajudou”. Apesar da dificuldade da redação, a prova objetiva estava fácil para Carlos. “A prova estava fácil, alguns pontos, como exatas não sou muito bom então estava difícil”.


Carlos Augusto Silva sentiu dificuldade no tema da redação deste domingo (Foto: Juliano Almeida) - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Prova - O Vestibular Uems foi aplicado em 18 municípios de Mato Grosso do Sul. Ao todo, 7.908 candidatos estavam inscritos para realizar as provas objetivas e de redação do PSV/Uems 2024. Ainda não há informações sobre a quantidade de ausentes no exame.




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